Nossa vida é como um rio com suas águas correntes. Fazendo um percurso
que vai desaguar em algo maior. Mas a tônica de tudo isso, a essência que é a
agua em seu curso, são nossos pensamentos, sabores e dissabores que passamos no
decorrer. Isso compõe o nosso rio... isso é a nossa vida.
Como em todo rio, uns mais atraentes, outros nem tanto, atraímos
pescadores, banhistas e até aqueles que vem saciar a sede em nossas águas. E
não podemos controlar. Alguns desses pescadores e banhistas acabam deixando
lixos às nossas margens, ou até mesmo em nosso leito. Mas isso, podemos
controlar. Aos pescadores que fazem mal uso, podemos esconder os peixes. Aos
banhistas que são vândalos, congelamos a água para que eles não retornem.
Aos que vem apenas para saciar a sede, esses podemos até selecionar as
melhores águas e as quantidades adequadas para que se sintam revigorados.
Podemos até deixar que levem água para aqueles que não podem vir. Que
distribuam essas águas pelo mundo, desde que ela sacie a sede dos sedentos.
Entretanto, por vezes, recebemos visitantes disfarçados em sedentos,
mas que vem apenas para depositar lixos em nossos leitos. E quando isso acontece, muitas vezes criamos
poços as nossas margens, apenas para acumular os lixos que foram depositados de
maneira vã. Isso por muitos motivos: às vezes por vergonha do que poderão dizer
de nosso rio lá na frente, se verem o lixo; ou por não conseguirmos expelir o
lixo para fora de nosso leito. Isso acontece por não termos forças de criarmos
um maremoto naquele exato momento.
O que não percebemos, é que nesses poços a água apodrece, os peixes
não vingam, as folhas se acumulam e se deterioram... e muitas vezes, tudo isso
acontece sem que os banhistas percebam. Ao ver o poço, aqueles mais ousados até
pulam na intenção de um mergulho espetacular. E ai é que mora o perigo, pois,
nem sempre o poço é fundo o suficiente para o mergulho, colocando, então, em
risco, a saúde do banhista que pode ficar paraplégico, ou até morrer.
Outro problema que não percebemos, é que a água podre que se acumula
ali, se esvai em redemoinhos, comprometendo a qualidade da água em todo o
restante do percurso do rio, até que tenhamos essa noção e extingamos o poço.
Somos humanos e vivemos em sociedade. Seja qual for a crença, sabemos
que estamos aqui para evoluir nossos espíritos. Compartilhar é algo que devemos
aprender, pois não há ser que viva só e possa afirmar que é feliz. Aprendemos
com os erros e suas consequências... e é assim que deve ser.
Semelhante: Eu andarilho do Tempo
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