Hoje saí para comprar
uma mozarela e conversando com o vendedor da loja de frios ele, naturalmente, iniciou
uma prosa de propaganda do produto que ele vende.
Boa prosa, mas o que
me chamou a atenção foi ele dizer que as muzarelas pastosas que temos comprado
por ai, são feita com fartas porções de amido. Se aquecidas tem a elasticidades
das muzarelas, mas quando esfriam viram borracha.
Lembrei das muzarelas
que comia nas macarronadas de domingo quando ainda criança, na cidade de São
Paulo. Elas esticavam e tínhamos que levantar o garfo, enrolar, levantar de
novo e repetir o processo até ela se separar para então comermos.
Era uma delícia,
tinha sabor, tinha elasticidade e textura. Dava prazer comer aquela macarronada
que já tentei reproduzir várias vezes aqui em casa, mas com total insucesso. Sempre
seguida da frustração de achar que sou um cozinheiro que sequer consigo fazer
uma macarronada igual a época dos meus pais.
A geração mais nova,
em sua maioria, nem sabe de que macarronada estou descrevendo.
Enquanto conversávamos
lembrei de um vídeo que assisti pelo watsapp e por isso não sei o nome do autor.
Mas ele fala de todas essas mazelas que estão acontecendo, como o escândalo da
carne, da cerveja, da previdência, do papelão e os inúmeros que são do
conhecimento de todos.
Ao final ele fala que
esses problemas não são os reais problemas. A realidade está apontando para uma
direção que nos recusamos olhar e que não tem nada a ver com os produtos
adulterados.
O
real problema de tudo isso que está acontecendo, é problema de CARÁTER.
Conclui, então, que o
ingrediente que falta para que a minha macarronada fique igual a da época dos
meus pais se chama caráter. E quem
diria que um dia esse ingrediente que deveria ser uma obrigação em qualquer
fórmula, fosse impedir que nossas receitas alimentícias não pudessem sair como
a receita?