Seja Bem Vindo!

A democracia é um sistema sustentado por quatro pilares: a mentira, a hipocrisia, a falsidade e a amnésia!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Meu Quarto

Faço do meu quarto o meu túmulo sagrado
Onde sanciono as leis que regem minha vida;
Onde dialogo comigo mesmo,
Encontro com meus próprios demônios
E converso com o além.
Deito minha cabeça sobre meu colo
E conto reminiscências para mim;
Choro de piedade, sofro barbaridades,
Mas encontro alegrias afins.
Faço do meu quarto meu local de alegrias,
Um parque de diversões para um adulto enfadado;
Onde o riso me espreita;
A saudade me alegra,
Os desejos se afloram e me regam de prazer.
Onde o orgulho e a vaidade não podem entrar
Com seus guizos cintilantes
Mas que devoram a vida sorrateiramente.
Faço do meu quarto minha continuidade,
Onde meu cheiro impregna,
Onde sinto as repulsas do que a vida malvada
Me imputa sem dó.
Onde a dor me devora,
Me alivia do tédio
Onde o sono me rouba a lucidez
E me faz viver coisas que nunca poderei.
Faço do meu quarto o meu santuário,
Onde encontro você
Onde nos deleitamos com aquilo que a vida
Não pode nos proporcionar...

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ESBOÇO


Esboço em silêncio
Pensamentos e imagens
Que gritam mudamente
Minhas miragens;
Miragens que me levam
A caminhos desvairados
De luz e sombra e chuva
E tempestades;
Procuro seu olhar em meio à rua que encontro
Mas não encontro nada nessa rua tão deserta.
Apenas as miragens que apalpo sem tocar,
Apenas esse toque no vazio do meu olhar.
É vago vão e vil
O que espelha lá na frente,
Parece não ser nada
Olhar indiferente.
Procuro algum atalho, outra rua e não encontro
Me vejo, na verdade, na cidade que é deserta.
Estou desamparando, pois sei que não vou tocar,
Na sua tez, nem mesmo meu olhar no teu olhar.
Tá frio é noite
E a lua escondeu-se atrás de um monte
Somente tênue aurora surge lá no horizonte
Vagueio pela noite desse esboço indiferente.
Espero que o dia amanheça a qualquer hora
Que dois faróis acendam minha estrada agora
E que a luz desses faróis seja o brilho do seu olhar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

QUASE ME ESQUECI...


Quase me esqueci de fechar a porta
Deixando para trás de mim
Aquela dor constante do despeito
(Febril lasciva) que ancorou meu peito,
Numa vida sem mim,
Sem fim,
Sem jasmim,
Sem o efeito do ópio da promiscuidade
Que de tão vazia
Enche as vidas complexas de tornados.
Quase não me lembrei
Que os ponteiros do relógio
Iniciariam sua descida fugaz
Voraz
Bandida;
Anunciando enganosamente
A primeira parte do dia:
De relógio analógico,
Enganador,
Sem pilhas...
Mas que funciona pontualmente,
Porém sem avisar
Se o dia está começando,
Ou terminando.
Quase nem percebi
As vozes desesperadas
Que na ânsia de roubar o tempo alheio
Clamavam acusações torpes
Retiradas de uma mente lacaia
Que borbulha tremores e temores
Do relógio analógico
Que marca as horas sem avisar
Se o dia começa,
Ou termina.
Quase não compreendi que a vida é única,
E não importa se o relógio
Marca a primeira ou a segunda
Parte do dia;
Eu preciso continuar a insistir,
Pois quando o dia terminar:
Pouco restará de mim...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

VIDA

Quando o sol nascer no horizonte vermelho
verei seus olhos cálidos jorrarem suas cachoeiras
de vida madura e mais dura que a morte
a rondar-te entorpecida pelo desejo obscuro
de encher seu caldeirão de ácido fervente borbulhante

Saberei nesta hora que tu és a maior força do universo
no ocaso ainda pelejas para manterdes o sol sobre o horizonte
pois és feita de amor, paixões e virtudes incontestáveis

Os homens, porém, sugados pela ambição do ocaso
maltratam a ti e de seus olhos cálidos
corrompem suas lágrimas de cachoeira caudalosa
para meros fios de lágrimas cálidas e outrora abundantes

Subordinada que és aos caprichos dos Seres
não reclama daquilo que lhe é imputado
mas sei que as virtudes encontram-se armazenadas em suas lágrimas
que escorrem desde a aurora nas manhãs frias.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

RUÍNAS



Era uma casa grande,
onde morava uma família tradicional.
Notável
- por chamar a atenção nas festas -
viviam de ostentações
garimpando constante sucesso,
tropeçando nas pedras da vida,
escondendo as joanetes.
Era uma casa grande,
destelhada e com algumas paredes;
vejo-a agora.
Era uma família tradicional;
era...

SILENCIE



Silencie, oh alma vã!
Com seus gritos ocos e vozes estridentes,
transcenda o universo das mentiras e verdades.
Engasgue sua garganta com essa angústia gritante,
Acenda o negror e apague essa luz mortal.
Mergulhe nesse eco cavernoso
e que o silêncio ricocheteie em sua alma.
Invoque a vida pela morte e a luz pela sombra;
na perpetuação de sua sombra
estremeça as vozes loucas da individualidade vã.
Leve-me aos caminhos cegos da misericórdia;
abra-me os ouvidos para os gritos mudos
que rompem a minha alma dilacerada;
conceda-me a paz eterna nessa loucura
e na loucura me leve a eternidade das almas mesquinhas.
É negra a Filosofia e torpe a História.
Não foi a Psicologia quem desvendou a maldição,
foi o pecado Eterno de ter nascido louco
nesse mundo de néscios.
Entorpecido pela minha neurose, declaro-me são!
É o silencio que me consola nessa odisséia
de mentecaptos obcecados pela perfeição.
Perfeição que inexiste na nossa existência,
mesquinhos e diferentes que somos todos.
Que eu seja mudo, mas não louco
de dizer que a coerência ideológica
e filosófica da vida, existe entre nós.
Pasme quem me ouve!
Pasme diante de sua própria existência enganosa.
Arranque de sua cara essa máscara mesquinha
de Ser Humano embebecido pela Causa:
em busca da razão de Ser.
Pois a razão é a falsidade que sobrevive entre nós
e se mascara de lealdade e benevolência.
Deixe cair sua máscara
ou silencie.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Amor Pagão

Conta-se que pelos idos anos 60, na capital da Bahia, Salvador, numa noite chuvosa, um jovem mancebo decidiu ir a um baile. Passara um dia muito solitário em seu trabalho, no banco onde era escriturário. Sentiu, naquela noite de sexta-feira, um desejo bisonho de dançar até o baile acabar. Parecia nunca ter feito aquilo, pé-de-valsa que era. Um vazio profundo estava em seu íntimo, impulsionando-o a ir aquele salão onde moças solteiras esperavam timidamente que um cavalheiro fizesse as honras e as convidasse para dançar. Era um salão de família, e os casais casados da sociedade costumavam freqüentar aquele ambiente que iniciava suas funções na sexta-feira. Quem estivesse à procura de mulheres fáceis, era melhor não ir ali. O lugar trazia o selo de idoneidade social, e o jovem mancebo sentia um desejo fremente de encontrar alguém com quem pudesse entrelaçar um relacionamento. Arrumou-se com a melhor roupa, passou gomalina nos cabelos, bafejou seu melhor perfume. Decidiu tomar um ônibus, pois não queria impressionar moça nenhuma com seu carro. Experimentaria, naquela noite, o prazer de conquistar alguém que simpatizasse com seu eu, apenas. Abriu o guarda-chuva e seguiu até o ponto de ônibus, consternado, porém decidido a realizar aquela façanha. O salão estava cheio, e o pé-de-valsa se manteve afastado observando as moças que, timidamente, seguravam pequenas bolsas com as duas mãos na frente do corpo. Ele queria sentir o impacto da primeira impressão, somente então convidaria a cocote. E não estava fácil. Embora muitas moças bonitas estivessem a espera, nenhuma lhe provocara qualquer sensação imediata. Vários toques bailaram pelo salão, antes que ele sentisse a força do olhar de alguém que o observava. Não estava diante de si... o olhar vinha detrás. Virou-se lentamente, assustado com o que sentia. Quase não acreditou que diante de si, tão bela figura pudesse estar a observá-lo. Não seguiu imediatamente para o convite, pois suas pernas falharam. Precisava recompor-se, pois sequer conseguiria balbuciar o convite para dançarem. Ela aceitou sem qualquer titubeio. Um vagido sorriso estampou-se em sua boca pequena, enquanto oferecia a mão delgada para que ele a tomasse e a conduzisse até o meio do salão. Parecia que somente eles estavam ali. Um perfume suave de rosas inundava o ar de vez em quando. Dançaram a noite inteira, sem nenhum intervalo espontâneo. Ao terminar o baile, o jovem rapaz percebeu que não havia trocado uma palavra sequer. Perguntou o nome da moça. Ela apenas olhou profundamente nos olhos. Saíram no salão e uma forte garoa dominava o ambiente. Mais que depressa ele lhe ofereceu o casaco para que ela não se molhasse. Sinalizou pedindo a ele uma caneta e papel, ao que ele arranjou prontamente. Sem dizer uma palavra, a moça escreveu o seu nome, e o endereço de sua casa. O rapaz mostrou-se ansioso por levá-la para casa, mas ela meneou negativamente a cabeça. Mesmo que seja muda, pensou ele, é muito linda e gentil... posso superar esse limite. Despediu-se da moça, como fazem os cavalheiros, enquanto ela subia no ônibus e desaparecia no breu da noite. Somente após alguns minutos ele seguiu para o ponto, a fim de ir embora. No sábado, bem cedinho, o rapaz levantou-se, entrou no carro e seguiu em busca daquele endereço. Não foi difícil encontrá-lo. Era na periferia, em uma casa pobre, mas bem arrumada. Bateu na porta sentindo-se muito constrangido. Ainda era cedo, mas não queria perder tempo... estava certo de que encontrara o amor de sua vida. Uma senhora idosa atendeu a porta. Imediatamente ele se identificou e disse que estava ali para buscar a blusa que emprestara para a moça. A velha olhou-o com estranhamento e afirmou que ali não morava nenhuma moça com aquela descrição. Atordoado ele insistiu forçando um pouco a porta para entrar. Nesse momento viu na parede um quadro com uma pintura da face de sua amada. Estava mais jovem, porém não tinha dúvida que se tratava dela. Assustada com a insistência do rapaz que agora apontava para o quadro afirmando que se tratava da moça com quem dançara a noite inteira, a velha decidiu contar-lhe a verdade. Fazia três anos que aquela moça morrera. Atordoado, o jovem insistia que dançara com ela a noite inteira. Sem saber o que fazer, a senhora deu-lhe o endereço do cemitério, indicando-lhe a tumba onde ela fora enterrada. Não era possível acreditar naquela estória... havia algum engano, ele pensava enquanto dirigia-se ao cemitério. Chegando lá, ao aproximar-se da tumba, foi com espanto que o rapaz pode ver seu casaco descansando sobre a lápide, como se estivesse em um cabide. Depois, o que se via era o pobre rapaz andando pela cidade dia e noite, feito andarilho. Dizem que em vagos momentos de lucidez, ele dizia estar procurando aquela que por um pedaço de noite fora o amor de sua vida.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Essa Coisa de Preceito

Cá no interior ainda existem preceitos que são seguidos. O grande problema, porém, de praticar preceitos em certas horas, é não ter os mesmos recebidos com a devida compreensão. Quando se trata de pessoas jovens que discriminam aqueles que praticam os preceitos, pode-se até compreender. Os jovens não estão muito acostumados com isso. Quando os preceitos são discriminados por pessoas mais velhas, aí a coisa complica. É meio difícil compreender tais discriminações, pois são atitudes que correspondem ao tempo daquele que a recusou. Outro dia mesmo, estava eu estacionado na margem da principal avenida da minha cidade, observando o trânsito, enquanto esperava  uma pessoa que entrara num comércio. Era o horário de rush e muitos carros trafegavam por aquela avenida principal quando, de repente, vi uma moto parar no meio da rua. Assim do nada, pensei, o indivíduo para no meio da rua, colocando sua vida e a vida de outros em risco, com aquele sorriso banguela estampado no rosto. A moto só pode ter estragado... ninguém em sã consciência faria uma coisa dessas assim do nada. Fiquei observando o indivíduo e pensando todas essas coisas, naquele parco tempo que não passou de poucos segundos. Mas segundos nessa situação parecem horas. E o cérebro trabalha em velocidade surpreendente para assimilar e decifrar um ato dessa casta, que no primeiro julgamento parece ir contra todos os princípios naturais e sociais. O olhar fixo naquele ponto, quase foi impedido pelo cérebro de ver aquela senhora, quase idosa, atravessando a avenida, caminhando pela faixa central. Ela sim estava correndo risco, pois sua habilidade para se movimentar com rapidez não podia ser das mais ágeis. O motoqueiro humildemente esperava que a senhora atravessasse pela frente da moto, onde a seu ver oferecia segurança. Com um sorriso banguela estampado no rosto esperava que a senhora distinta tivesse sua segurança garantida por ele. ( mesmo ele sendo alguém cuja atitude demonstra a falta de habilitação para pilotar aquele veículo). Mas estava ali, banguela, com o sorriso perdendo sua força, enquanto a senhora distinta o ignorava completamente para garantir sua travessia por trás da moto. Fiquei observando aquela cena e pensando no por que dos preceitos se perderem no tempo. Aquela senhora, que também podemos dizer que é uma pedestre inapta a caminhar pelas ruas da cidade, atravessava fora da faixa de pedestre, próxima a um semáforo. Preferia, ainda, atravessar por trás da moto daquele homem que gentilmente colocava o trânsito em risco para praticar uma gentileza.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Conquistador

Outro dia vi quando um menino que chegava à sorveteria viu aquela menina que estava sentada sozinha à mesa, mais ou menos no meio do salão. Confesso que era uma menina bem bonita, mas não foi esse o caso. Foi aquela situação que todos nós já passamos um dia, e que quando acontece ninguém tem o controle. Melhor é quando acontece com os dois, porque o mico que tiver que ser dado, se torna “bunitinho”.O menino, prá começo de conversa, tropeçou no degrau que separava a sala da sorveteria da calçada. (se eu descobrisse quem inventou o degrau, nem sei o que faria). Na mesma velocidade que ele espalmou as mãos no chão, já levantou. Um riso sem graça tentou disfarçar o rubor do rosto, e seus olhos enxergaram somente a menina ali sentada, veia do pescoço completamente inchada, e o riso (que riso que nada), a gargalhada contida...- Quase caí né? – ele disse prá ela.- É – ela respondeu.Mas ele tinha caído... se levantou rápido, mas tinha caído.- Que degrau prego, né? – ele disse.- É – ela respondeu.Prego mesmo, porque quase pregou ele no chão...- Pensou se eu bato o nariz no chão, ia virar sangue só, né? - É – ela respondeu fazendo uma expressão facial indecifrável, mas estampando um belo sorriso em seguida.O menino aproximou-se todo tímido; tropeçando em uma cadeira que estava encostada na mesa vizinha à da menina e soltou a máxima:- Você tem Watsapp?Era só o que me faltava... tava demorando, pensei.- Tenho...Pelo menos dessa vez ela mudou de argumento.- Posso sentar? – perguntou enquanto sentava.- Pode...Sei que saí dali e os dois ficaram conversando... unidos pelo Watsapp, acho!!!

domingo, 16 de janeiro de 2011

A Criação da Mulher

... E Deus fez a mulher... Houve harmonia no paraíso. O diabo vendo isso, resolveu complicar... Deus deu a mulher cabelos sedosos e esvoaçantes. O diabo deu pontas duplas e ressecadas. Deus deu a mulher seios firmes e bonitos. O diabo os fez crescer e cair. Deus deu a mulher um corpo esbelto e provocante. O diabo inventou a celulite, as estrias e o culote. Deus deu a mulher músculos perfeitos. E o diabo os cobriu com lipoglicerídios. Deus deu a mulher uma voz suave, doce e melodiosa. O diabo a fez falar demais. Deus deu a mulher um temperamento dócil. E o diabo inventou a TPM. Deus deu a mulher um andar elegante. O diabo investiu no sapato de salto alto. Então Deus deu a mulher infinita beleza interior. E o diabo fez o homem perceber só o lado de fora.Só pode haver uma explicação para isso: 'O diabo é Gay !!!!!

Conversa de Motel


Dia claro, homem e mulher na cama do motel
Já haviam travado a esperada luta e tragavam os seus respectivos cigarros:
Ele - Esses seus peitos... Incrível como podem estar tão firmes, sendo que você já deve estar beirando os trinta.
Ela - Quarenta! 200 ml de silicone de cada lado.
Ele - Viva a medicina!
Ela - Gostei deste seu sorriso... É o seu charme.
Ele - 32 dentes implantados. Mais de 16 horas na cadeira do dentista.
Ela - Viva a odontologia!
Ele - Gostei dos seus cabelos. São naturais, não é mesmo?
Ela - Aplique. Estavam curtinhos. Não quis esperar crescerem.
Mas os seus são...
Ele - Interlace. Nem dá para perceber. Posso até nadar com eles.
Ela - Há mais de duas horas nós estamos transando e você ainda não baixou o mastro. Como consegue? Viagra?
Ele - Prótese. Depois que acaba é só dobrar.
Ela - (perturbada) Pensei que fosse pura excitação... esse clima... o calor...
Ele - Mas fiquei excitado, juro... Também, com esse seu bumbum...
Ela - Silicone... Nas batatas da perna também tem um pouco.
Ele - Onde mais você já mexeu?
Ela - Pálpebras, maçãs do rosto, queixo, pescoço, lipo na barriga, culotes, cintura, botox, lifting... e também fiz a "preciosa"...
Ele - Você quer dizer... o "vulcão"...
Ela - Exatamente!
Ele - O que você fez? Períneo?
Ela - Não, mudança de sexo.
O meu nome é Waldemar !!!

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Chuva no Olhar da Gente



Chovia
Chovia muito
Chovia muito forte
Quando rodou
Rodou pela enxurrada
A minha sorte;
O sol
Aerosol brilhante incandescente
Brilhou
E refletiu na água
Cegando o olhar febril da gente...
A noite
A noite escura
A noite escura e amedrontadora
Chegou
Chegou dizendo que
A vida é assim: desacalentadora.
Parei
Parei de reclamar
Parei de reclamar do que é a gente
Pois quando amanhecer
Talvez as coisas voltem a ser vibrantes!
Mas quando amanheceu
Ainda chovia
Chovia muito forte
Chovia muito
Chovia...