Deixando para trás de mim
Aquela dor constante do despeito
(Febril lasciva) que ancorou meu peito,
Numa vida sem mim,
Sem fim,
Sem jasmim,
Sem o efeito do ópio da promiscuidade
Que de tão vazia
Enche as vidas complexas de tornados.
Quase não me lembrei
Que os ponteiros do relógio
Iniciariam sua descida fugaz
Voraz
Bandida;
Anunciando enganosamente
A primeira parte do dia:
De relógio analógico,
Enganador,
Sem pilhas...
Mas que funciona pontualmente,
Porém sem avisar
Se o dia está começando,
Ou terminando.
Quase nem percebi
As vozes desesperadas
Que na ânsia de roubar o tempo alheio
Clamavam acusações torpes
Retiradas de uma mente lacaia
Que borbulha tremores e temores
Do relógio analógico
Que marca as horas sem avisar
Se o dia começa,
Ou termina.
Quase não compreendi que a vida é única,
E não importa se o relógio
Marca a primeira ou a segunda
Parte do dia;
Eu preciso continuar a insistir,
Pois quando o dia terminar:
Pouco restará de mim...
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