Seja Bem Vindo!

A democracia é um sistema sustentado por quatro pilares: a mentira, a hipocrisia, a falsidade e a amnésia!

sábado, 30 de abril de 2011

Porém,


Se algum dia não voltar a te ver
E me esquecer
De mim,
Também,
Esperarei não gozar do prazer
De saber
Que existi.
                             Pode a vida viver sem vida ?
                             Pode o amor sobreviver sem amor ?
                             E o claustro
                             Mora dentro de nossos corações
                             Sem pudor
                             De ser.
                             Soldados virtuais
                             Em almas condenadas
                             Por saber
                             O que sente
                             Sempre.
Se,
Sozinho eu ficar para sempre
     No viver
                Íntimo,
                             Morrerei.
                             Pois,
                             Um caminho só tem emoção
            Se trilhado
                    A dois.
                             Quem poderá conduzir-me se eu falhar ?
              A quem poderei ensinar o que aprender ?
                             No entanto,
   Caminho sobre o oceano à procura de uma ostra
                   Rebelde e brilhante
                             Que recusa
                             Minha ofuscada luz
               Inebriante.
                                     Insolente que sou
                             (Inóspito sentimental ?)                                
                    Indigno, talvez,
                             Mas lúcido quando decidido.
                             (Indolente ?)
  Inseguro talvez.
                             Porém,
                             Se algum dia não voltar a te ver
                             Esperarei não gozar do prazer
                             De saber que existi.                                             
                             E me esquecerei
                             De mim
                             Também,

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Se Deus Sorrisse Para Mim

Se pela minha janela você entrasse
Em uma fria madrugada de inverno
E seus lábios sorrissem como um anjo
E seus olhos me olhassem com olhar terno;
Se a brisa soprasse seus cabelos
Tão negros como a madrugada fria
E eu sentisse seu perfume envolvente
E que me entorpecesse loucamente;
Se suas mãos tocassem o meu rosto
Com a suavidade de sua pele de jasmim
E eu sentisse o suor de sua tensão
E estremecesse com seu toque de paixão;
Se o seu corpo reclinasse sobre o meu
Fazendo então me estremecer de tanto amor
E eu sentisse a sua pele me tocar
E com a boca eu sentisse o seu sabor;
Eu lacraria a porta pra ninguém entrar
Eu pediria pra você ficar
Amar-te-ia como ninguém vai te amar
E então creria que Deus sorriu pra mim.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Rosa e o Caos...

Sei por que hoje não resisto ao caos que revoluciona minha alma sentida. Enquanto as nuvens correm pelo céu que estivera azul, a chuva desmorona minhas paredes de concreto, ancoradouras dos sentimentos sóbrios e avassaladores capazes de dizer quem eu era. Como o muro de Berlim que jaz nas memórias mais históricas do mundo, meus muros, agora arriados, não dirão mais nada sobre esse que um dia se considerou uma fortaleza. Bastou apenas que uma rosa branca e de pétalas suaves reluzisse a luz da lua sobre a luz do sol, transformando a necessidade de um eclipse numa coisa obsoleta. Bastou que sua voz gemesse nos cantos escondidos das rochas, e o som da mesma voz penetrasse nas pequenas ranhuras que o tempo fizera nas paredes de concreto para se formarem nuvens. Bastou apenas que os muros ouvissem a melodia suave daquela voz, e se rendessem amolecendo sua estrutura rochosa para transformar-se em areia ao toque do primeiro pingo de chuva. E o ósculo de madeira nas muralhas de concreto de nada valeu. Nem mesmo o aço seria capaz de suportar a sutileza e a doçura do canto da flor branca a resvalar pelas suas arestas e suas quinas. O tempo fechou... mas ainda houve resistência. Não dos muros, não das rochas, não do concreto... a resistência que se viu foi da rosa branca que não calou seu canto, e não parou de reluzir sobre o brilho da lua refletida sobre o sol. A resistência da rosa branca que pareceu estar imbuída de enviar um vento para soprar todo o pó cinzento em que se transformou o muro de concreto. A rosa branca que ainda canta seu canto belo e lança seu perfume suave, cujo olor entorpece essa alma desprotegida que padece sem suas muralhas.

sábado, 23 de abril de 2011

Querer Você

Querer você
Me faz feliz
Me faz vibrar
Me faz sorrir
Querer você
Me deixa assim
Querendo mais
Você pra mim

quarta-feira, 20 de abril de 2011

INVISÍVEL

Se descoberto estou da minha própria ignorância
De me ver passar a vida que me passa
Sem poder sorrir para o que me vê
Sem poder sentir o que me toca invisível

Se coberto estou pela insanidade do mundo
Que regala a vida transformando-me num moribundo
E me faz sentir o que não traz prazer
E me faz sorrir do que não é viver

Não posso ser poeta e versejar a vida:
Recôndita inércia universal da busca
Por algo novo que não se encontra nunca
Por algo velho que ninguém conhece

Se poeta sou não ignoro o vício
De querer vibrar ante qualquer oficio
Sem pesar a vida na balança do tempo
Sem pesar o tempo na balança do universo

Então tente calar a minha boca lesa
Que emite sons os quais ninguém entende
Soletrando as mágoas de um peito senil
Imprimindo as marcas de um corpo servil

Perpetuo então minha insanidade
Em papel qualquer, em qualquer idade,
Sem calar-me então vou imprimindo a vida
Que me cala sempre...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paranóico Mundo de Adão


Tudo parece lento... em câmera lenta...
A toalha branca foi jogada no ringue
Antes mesmo que algum lutador pudesse
Desferir o seu golpe final, e talvez até fatal.
Tudo parece em preto e branco...
Hoje pela manhã o galo não cantou
E a galinha não cacarejou anunciando
O ovo que nasceria o pinto que seria o frango
Do almoço de domingo que vem.
A chuva que prometia cair
Agora se recolhe nas nuvens da imaginação
Das crianças que serão os homens e mulheres
Do amanhã...
Esperamos que amanhã o galo cante
Para nos acordar dessa letárgica dormência
De vivermos assoberbados e dependentes
Das virtudes de umas lesmas que julgam pensar...
Quem sabe a galinha bote
O ovo da ameba que brotara e botará no cérebro
Daquele que virá a ser o nosso novo salvador...
E se a chuva cair
Aí sim, poderemos plantar as sementes
Que estão guardadas nos armazéns da ganância
Que decoram o nosso mundo cheio de esperanças
Que não seja apenas o de crescer lutando
E morrer pastando!

sábado, 16 de abril de 2011

A Vida Não é Para os Covardes...

Hoje acordei precisando fazer uma limpeza em meu quintal. Sinceramente, trabalho a mais de 20 anos na mesma empresa pública para ter estabilidade e não precisar fazer certas coisas. Sei que isso é ridículo e pretencioso, mas não me importo... sou assim. Peguei um aparelho de aparar grama, e fui à luta. 

Eu estava bem calmo, e não me aborreci com o fato de que a cada 30 segundos precisava interromper o serviço a fim de puxar mais um pedaço do fio que corta o mato. Não considerei também, o fato do aparelho ser feito para aparar grama, e não para cortar mato. Aquisição errada, pois tinha que ter comprado uma roçadeira. Não importa...

Enquanto começava o trabalho pensei que aquele aparelho (embora estando em função desviada), deveria me propiciar o conforto de roçar todo o fundo do quintal com um único pedaço de fio. De repente, como se fosse uma visão dantesca, me vi com uma enxada na mão capinando todo aquele mato (Cê besta!). Imediatamente, achei que o meu aparelho com função desviada estava excelente.
Mil pessoas e duas mil situações vieram a minha cabeça, enquanto executava o serviço. Percebi o quanto somos covardes e mal agradecidos. Mas porque digo covardes? Bom... estamos sempre insatisfeitos com o que temos, e desejando ter mais... seja bens materiais, espirituais, emocionais e/ou intelectuais. Pedimos bênçãos a Deus, quando não sabemos sequer explorar todos os potenciais das bênçãos que já recebemos. Compramos um carro novo, e antes mesmo de conhecermos todos os recursos do carro, já estamos de olho em outro; quando temos um amigo, ou amiga, que é muito bacana conosco, chegamos a pensar que ele, ou ela, está interessado em alguma coisa... o mesmo acontece com qualquer ajuda que recebemos por ai.
O fato é que estamos sempre tentando conseguir algo diferente do que temos, quando, muitas vezes, o que temos é tão completo que jamais utilizaremos todos os recursos que possui. Estou me referindo não somente a bens materiais, mas também as questões espirituais, afetivas e intelectuais. E o covarde, onde se encaixa? Vocês devem estar se perguntando... covardes sim é o que somos, por não assumirmos o que temos.
Como assim? É muita responsabilidade explorar o que já temos, e assumir publicamente que não precisamos de muitas coisas diferentes. Mas o mundo imputa cada vez mais a necessidade de Ter. Sou escritor, e parece que o fato de usar esse meu talento para enviar mensagens pela internet, gratuitamente, é um desperdício de potencial econômico... percebem?
Tudo bem que devemos ter uma visão que nos eleve, pois, caso contrário, corremos o risco de ser expurgados da sociedade. Igual dizia a uma amiga ontem: um mendigo é um ser com fome, mas sem atitude para conquistar a própria comida. Parece trivial, mas é outro lado da covardia, porque se ele tivesse atitude, não padeceria de fome, no entanto, não precisaria conquistar mais do que a comida para ser feliz.
Na maioria das vezes estamos tão ocupados com a necessidade de conquistar (coisas que nem sabemos se queremos ou para que serve), que não desfrutamos e nem percebemos as coisas maravilhosas que estão acontecendo conosco. Há, então, um desperdício imensurável de energias boas, que se dissipam para o nada, enquanto reclamamos da falta de sorte.
O pior de tudo é o tempo...
Enquanto nos concentramos no que queríamos ser e ter, ele está passando. E o tempo, meu amigo, é implacável. É o único suprimento que necessitamos todos os dias, mas que não há em estoque para reposição.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sozinho na Arquibancada!

Ainda estou na arquibancada observando o cronômetro. Na arena, vejo apenas os leões rugindo, sem qualquer gladiador para combatê-los. Eles me olham e tentam pular o alambrado, e eu permaneço aqui, imóvel, sentado, pensando em até quando o alambrado resistirá.
Na memória, me vejo na arena lutando. Sem a força e a robustez de um gladiador, mas com a astúcia de alguém decidido, que tem convicção no que está fazendo ali dentre os leões. Não consigo decifrar, no entanto, se minhas memórias são visões, ou imaginações, apenas.
Do outro lado da arquibancada está você. Tão distante que mal posso enxergar. Não há qualquer ligação entre as arquibancadas que me possibilite a aproximação. Se quiser... terei que passar por entre os leões, antes que o dia termine. Terei que correr ou lutar, ou terei que continuar sentado e conformado com o objetivo que jamais alcançarei.
Estou livre aqui sentado... mas de nada adianta essa liberdade, quando o meu objetivo está do outro lado da arena. Teria que transcender ou levitar, para poder alcançar-lhe. Mas não tenho esses poderes, aliás, não tenho poder algum. Não tenho poder sequer de persuasão.
Olho para o céu e vejo que já passa de meio-dia. O sol começa a descer pela outra metade do céu, e sua descida sempre parece mais rápida. Os leões agora me olham diretamente, e creio que seja pela fome que aumenta com o entardecer. Estou livre... a arquibancada é somente minha!
Olho para os lados e sinto falta de alguém com quem eu possa compartilhar meus medos. Se os leões derrubarem o alambrado serei somente eu para lutar contra eles, mas não importa. Gostaria que alguém estivesse aqui para podermos conversar, montar estratégias... elaborar uma solução para alcançar você, do outro lado da arena...
Não ouço o rugido dos leões, a tarde avança... não há rugido maior do que o rugido do silêncio provocado pela solidão...!!!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Chassassino(a) de Realengo

Sei que vão me criticar por eu abordar esse assunto da forma como vou abordar, e no momento em que vou abordar. Mas é assim que sou, e não vou fugir a regra. A polêmica é, na maioria das vezes, a maneira mais chocante de se levar à reflexão, porém a maneira indispensável para isso.
A revolta que todos sentem pela chacina de Realengo não é menor em mim. Doze vidas ceifadas sem qualquer motivo lógico, mas apenas pelo desejo de um esquizofrênico em realizar uma fantasia crescente de seu mundo privado. Somente um desejo de uma mente perturbada que vê o mundo com uma visão extremamente pessoal e, conforme especialistas, irreal.
Faço minha primeira pergunta polêmica: - quem é que sabe o que é a realidade para cada indivíduo? Existem as regras básicas, porém as regras que me apontavam uma realidade quando eu era criança, já estão muito diferentes das regras que apontam à realidade de hoje. Então, como posso olhar para o indivíduo que está ao meu lado e querer aplicar a regra que vejo como realidade?
Outra polêmica que quero apontar é a da comoção coletiva. É bem natural a nós, seres humanos, nos comovermos coletivamente diante de um caso desses. Tão óbvia a comoção que, posso afirmar nesse caso, que é uma realidade. Por outro lado, poderíamos dizer que é uma comoção clichê, pois quando acontece uma guerra, esse sentimento se torna abstrato, ou seja, depende o lado da guerra em que estivermos.
Quero dizer com isso que, ao participarmos da comoção coletiva acabamos por ignorar fatos extremamente relevantes, que deveriam nos trazer algo menos inútil do que a simples repetição do fato pela imprensa, praticando uma forma de endeusamento do bandido, com o único objetivo de ganhar audiência. E, diga-se de passagem, o nosso lado negro de querer estar ouvindo insistentemente todos os detalhes do episódio, como se saber disso adiantasse alguma coisa.
Quando ouvi a entrevista, veiculada pelo Fantástico, da professora da primeira sala que o indivíduo entrou, a ouvi afirmando que aquela escola não possui histórico de violência. Na mesma reportagem ouvi um grupo de ex colegas do assassino, dizendo que ele havia sido, inclusive, colocado de ponta cabeças num vaso sanitário, e havia sido dado descarga, fora outras coisas que foram ali reveladas.
Será que eu sou esquizofrênico também e estou ouvindo coisas demais? Ou existe alguém tapando o sol com a peneira.
Em momento algum quero julgar, ou acusar aquela profissional da Educação de qualquer coisa. Mas naquele momento lembrei-me do filme “Bullying” que recomendo a todos que assistam. É a simulação dos fatos reais, cujos elementos do filme podem ser encontrados nesse caso de Realengo, em quase sua totalidade. Basta olhar de forma mais fria, talvez, sem a influência da comoção social.
Volto, nesse momento, a minha primeira pergunta. A realidade da escola é uma e a realidade dos alunos é outra. Não é a escola uma instituição composta por alunos? Mas os discursos são completamente contraditórios. Continuo a perguntar: - quem poderia saber qual era a realidade daquela mente doentia? E continuo perguntando: - se as tais realidades estivessem alinhadas, aquele indivíduo não deveria ter sido tratado com igualdade?
Podem dizer o que quiserem sobre mim, mas acredito que o respeito e a condição de assumir os fatos como fatos, são coisas de uma mesma significância e relevância. Desrespeitar é sempre um motivo de alto risco, pois ninguém é capaz de saber o que está se passando pela cabeça do outro naquele momento, nem tão pouco como funciona a tal cabeça.
Se não há educação no mundo suficiente para que as pessoas se respeitem pelo que são, então deveriam se respeitar pelo medo. Existem muitos Wellingtons por ai, prontos para surtar em nome de qualquer coisa que os dê aparente motivo para extravasarem sua loucura. Por outro lado, existe uma sociedade preconceituosa e preguiçosa que prefere colocar a culpa no que for preciso, para não assumir os seus próprios defeitos e problemas latentes. O que vi até agora, foi a disseminação de ódio e especulação através de reportagens, artigos na internet, e comunidades do Orkut, por exemplo, e muito pouca (ou nenhuma) análise sobre o que nós, sociedade, precisamos aprender com essas calamidades.