Seja Bem Vindo!

A democracia é um sistema sustentado por quatro pilares: a mentira, a hipocrisia, a falsidade e a amnésia!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vivendo Nos Limites


Hoje o dia amanheceu nublado
O sol não quis aparecer pra mim
Nem estrelas no dia não ensolarado
Vieram festejar esse arlequim...
Espero que as folhas não murchem
Por onde eu passar, por onde enfim
Vingar a minha noite enclausurado
No átrio, na soleira de um jardim.
Olhando a vida que já não me via
Na noite sem luar, sem luz pra mim
Cobrando de eu mesmo a retirada
De um largo sonho triste que é assim.
As nuvens que meu céu agora cobre
São nuvens passageiras, sei tão bem
Que turvam alguns dias sem futuro
Que caem sobre a vida de alguém
Soleira da tristeza moribunda
Que nunca atinge quem não quer saber
De lá a vida besta feito u’a tunda
De cá a vida que se quer fazer...

sábado, 25 de fevereiro de 2012

PERGUNTA RETÓRICA


Depois de uma semana intensa de trabalho exclusivamente mental, eu fui demitido. Por quê? Vocês devem estar se perguntando... respondo que foi tudo culpa de uma pergunta retórica.
Estava na sala de reuniões concluindo o meu trabalho, quando fui acometido por uma extrema dor de barriga (dor de barriga que surge subitamente nunca é coisa boa). Sem esperar me levantei e corri até o banheiro. Tenho uma mania neurótica de que quando tem três compartimentos para o numero dois, vou ao do meio. Mas quando bati a mão na porta e que fui entrando de supetão, esbarrei em algo.
La estava meu chefe sentado no trono, calças arriadas, num posição tão indefesa e inimaginável, que a única coisa que consegui pronunciar foi uma maldita pergunta retórica:
- Uai chefe... tá cagando? – (pensa que absurdo!!!)
Mais do que puto, azedo e intolerante ele me respondeu:
- NÃÃÃÃÃÃOOOO... tô almoçando...!
Sem saber o que dizer, desconcertado, querendo dar uma resposta à altura, mas ao mesmo tempo amenizar a situação, disse outro infeliz:
- O senhor come bosta, ééééééé? – e dei uma risada de conciliação.
E o homem vermelho feito um pimentão:
- O senhor não tem respeito? Me aguarde na minha sala...
Fudeu... pensei... sem saber o que fazer juntei as pernas e sai. Fui obedientemente pra sala do meu rei (rei, pois quando deu a ordem estava no trono).
Fique esperando até que ele chegasse com um misto de ódio e vergonha e me dissesse:
- Desrespeitoso... não imaginava que o senhor pudesse ser assim... tantos anos e não havia se revelado... é no banheiro que a gente conhece as pessoas!
Decidi que seria melhor me calar. Mas ele também ficou calado, me olhando fixamente, num incomodo silêncio. Embora eu tenha sempre sido bem educado e comedido com as palavras, estava completamente perdido naquela situação. Precisando estabelecer o contato novamente, entrei com nova pergunta retórica:
- Cagou direitinho lá, chefe?
Pronto... essa foi a gota d’água.
- O senhor está querendo dizer que quando estou aqui só faço cagada?
(A pessoa complexada é triste, pensei – mas dessa vez consegui manter a boca fechada)
Ele pegou o telefone e ligou nos recursos humanos. Olhou dentro dos meus olhos e nem disse nada... eu mesmo juntei meu brio que estava espalhado pelo chão, fui até o RH pegar minhas contas. Pagaram até o aviso prévio...

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Êxtase


As paixões exaltam as almas tomadas por elas
Como se fossem luzes incandescentes
Aportando nos espíritos padecidos pela falta de Ser;
Remexem em todas as estruturas de quem a aufere
Atordoando vorazmente as criaturas
Recomendando a doçura
Não importando com a sisura de quem as receber.
E nas reviravoltas das paixões
Nos caminhos mais estranhos que ela escolhe
Nas entranhas mais ocultas das emoções
Ela produz o amor...
Como se os caminhos de pedras se alisassem
Como se as trilhas sombrias clareassem
Como se os despenhadeiros
Ganhassem um elevador...
Os olhos se umedecem só de pensar
A boca seca ao tentar se expressar
O coração dispara ao se aproximar
Como um despertador...
Paixão é algo que faz muito bem
E que um dia todo mundo tem
Mas o que poucos conhecem
É o verdadeiro amor!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Resvalo de Vida e Amor


Quando encharcado pela chuva torrencial da vida
Recusar-me continuar caminhando pelo enlamecido átrio
Onde centenas de pés descalços pisaram
Trazendo a lama de suas vidas diversas e reversas.
Se nesse lugar eu escorregar e cair
Machucando meu cóccix como um bêbado moribundo
Que mal se equilibra sobre o chão seco, quem dirá enlamecido
E ali ficar deitado, calado, desanimado, desabilitado para andar;
Vou me lembrar de sua boca linda
E de seus lábios carnudos e vermelhos a balbuciarem coisas
Palavras que saiam de um recanto que agora está oco em seu cérebro
Onde as aranhas da solidão tecem teias visguentas e disformes.
Deitar-me-ei nesse chão enlamecido
Já sem me importar com a dor do cóccix
Que nenhuma serventia terá para um ser que não se levanta
Que nenhuma falta irá fazer a um ser que já nem se equilibra
Não me recusarei tomar uma xícara de café frio
Aquele mesmo que você me ofereceu na despedida
Quando nossos olhos se cruzaram como espadas afiadas
Loucas para se digladiarem, cumprindo seus papeis de espada.
Aceitarei comer mais um pedaço daquele bolo de fubá
Que você fez dizendo que era especial pra mim
Que eu era especial pra você
Até ser servido em praça pública e ser patenteado por um vilão
Vou querer beber daquela água límpida que você colocou na bacia
Para que eu lavasse meus pés cansados das trilhas da vida
Overdose de carinho ao me dizer que ali eu descansaria
Te amaria
Me amaria
Resgataria o meu eu que jazia nas catacumbas das experiências medianas
Acumuladas em diversas mortes pela vida errante de quem quis apenas amar
Viver de amor
Apaixonar pelos devaneios ilusórios que o vento provoca nos cabelos esvoaçantes.
Esse mesmo vento que leva as folhas secas para longe da árvore que foi sua mãe
Seu lar, sua morada enquanto era viçosa e útil para o lar;
Mal sabe a árvore que a folha morta que o vento toca pra longe
É húmus a menos para encher-lhe as raízes da seiva da vida...
Mal sabe você que eu aqui deitado, jogado na lama do átrio
Com o cóccix doendo e sem condições de me levantar, me equilibrar,
Alimento sua saudade de não sei o quê com meus pensamentos vivos
De você
Em você
Sobre você...

LEIA TAMBÉM: MENINA MULHER

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cafetões da Sobriedade

Se os dias fossem todos iguais
Não viveríamos de forma errante
Pois
Decoraríamos as formas normais
E da vida não seríamos amantes...
Por que
Amantes vivem de paixão
Desalienados da razão
Alimentados pelo coração
Na clandestinidade do poder...
Paixão não enche barriga
E ainda provoca brigas
E grandes dores (eu que o diga)
Sem propósito de ser...
A razão tem força sóbria
Com aparência de nobre
Mesmo que humanamente pobre
Traz garantias ignóbeis...
Mas se impõe interditada
Para as coisas intangíveis
Com seus choros inaudíveis
Fazem-se verdades incontestáveis...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Orgasmo Virtual

Acordo todo dia
Pensando em você
Sinto que a saudade
Está pra me vencer...
Imagino seu sorriso
Seu jeitinho
Seu olhar...
Me vejo divagando
Desejando te encontrar...
Com os olhos fechados
Consigo te deter,
Te envolvo em meus braços
Não quero te perder
Seu cheiro é de perfume
Seu hálito é de amor
Meu corpo estremecendo
Recebe seu calor...
Abro então meus olhos
Pensando te encontrar
Não te vejo
Aqui presente
Pois aqui vc não está...
Essa ausência
Só me mostra 
que você ja vive em mim
E que a distância 
É só um espaço
Que não determina um fim!





domingo, 5 de fevereiro de 2012

Definição

Já não me empolga caminhar sozinho
Nessa estrada longa e solitária
Da minha vida, nesses descaminhos
Quero unir a minha, a sua estrada.
É que me devora essa vontade louca
De em meus braços lhe dar meus carinhos
E envolver sua boca em minha boca
Te acariciar e enche-la de beijinhos..
Amanhecer olhando-te ao meu lado
Amar você antes de sair da cama
E ser o seu eterno namorado
Sendo só seu meu coração que te ama.