Aqueço-me em
meus vagos pensamentos
Não vagos
por não pensar integralmente
Mas vagos
por seus olhos serem cegos
De imagens
realistas de memória...
Deponho no
grande júri da esperança
Lembrança do
que não me foi vivido
Que embora
esteja vívido em Minh’alma
Não foi
presenciado por meus olhos.
Meus olhos
que as memórias me enganam
Mostrando-me
minhas divagações
Em solo
fértil eu me deleitando
Em vales,
montes e em depressões.
A fruta que
os meus olhos me contemplam
De agua
enche a boca da ilusão
Provocando
uma sede insaciável
Me dando o
sabor doce do mel
Fazendo-me
sentir o seu sabor
Cheirando o
perfume da primavera
E a
delicadeza de uma flor.
A dor, a
dor, a dor é de renúncia
Que em nada
vai forçar-me a fazer
Deliro então
nos sonhos mais bonitos
Nos sonhos
que me elevam até você.
O cheiro, o
cheiro, a pele, o cheiro puro
Inalo sem
pudor, inalo enfim,
Sugando as
sensações desse obscuro
Desse
obscuro sonho que há em mim.
Renego?
Não
renegarei a vida
A vida que
meu sonho construiu
E fez-me
aqui chegar com tanta garra
E deu-me a
chance de me redimir.
Agarro-me
então na própria força
Como um
autômato de força em mim
Querendo
acreditar e acreditando
Que tudo
então terá um belo fim.