Seja Bem Vindo!

A democracia é um sistema sustentado por quatro pilares: a mentira, a hipocrisia, a falsidade e a amnésia!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Despertar


Sonhar com você
É muito bom
Imaginar-me
Em seu batom
Ouvir o som
Da sua voz
Pensar em ti
Pensar em nós...
Querer olhar
Você passar
A desfilar
Só para mim
Doce ilusão
Imaginar
Que isso possa
Ser assim...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Abandono


Me largo no abandono da estrada
Ouvindo o canto choroso dos pássaros noturnos
Com seus pios piedosos e soletrantes.
Acho que calculei mal os passos
Tendo torcido o pé ao pisar em um buraco
Buraco oculto sob uma rama de erva daninha...
Me largo no abandono dessa rocha
Onde me sento pra contemplar o ocaso
Que por acaso ainda é o amanhecer
Mas já não tenho argumentos para pedir ajuda
E por essa trilha são poucos os caminhantes.
Quero apenas sentar e esperar que as coisas se encaixem
Mas não quero uma espera pacífica
Por pior que seja
Quero ser dono do meu próprio abandono
Sem enganos
Sem ilusões
Sem desejos impossíveis
Apenas administrar o abandono que corrói a alma
E as vezes até tira o sono...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Acho que Morri e não Fui Enterrado...


Hoje estou catando meus pedaços
Que se espalharam na última explosão
De onde arrancaram cavacos
Do corpo
Da alma
Do coração...
Fragmentos, farpas, cacos,
Deixam frestas em suas emendas,
Espaços que jamais serão preenchidos
Vazios dos que não se remenda.
Sentado estou no pé da grande escada
Observando os que sobem sorridentes
Lembrando-me da minha escalada
E do tombo que levei, abruptamente!
A lua enlamecida que desaba
Sobre o rio negro de águas turbulentas,
Flamejando seu brilho amarronzado
Que entontece o lirismo inocente.
Procurei alguns versos na memória
Mas uns seixos encontrei ali jogados
Como leito de um córrego que agora
Tem suas águas, o seu viço, esgotados!
Catarei todos os pedaços que encontrar
Colarei com a cola da ilusão
Preencherei com cuspe os espaços dos cavacos
Remendarei com fita o vão do coração.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Atualização


Hoje não estou vazio
Não estou nu
Não estou nada...
Hoje estou feito uma pedra
Que colhem no chão
E atiram na água.
Uma pedra que pensava
Preciosa
De lugar qualquer ficado
Esperando a mão teimosa
Que pegasse
Não jogado...
Hoje sou um terreno baldio
Cheio de insetos
Cheio de mato...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Pedaços de vida sem noção

Às vezes caminhamos cegamente
Pedaços de vida sem noção
Que levam nossos dias sem pedir
Roubando o que poderia ser tão bom
Os olhos cegos levam-nos por trilhas
Que nem sabemos (se) e onde vai dar
Roubando-nos o tempo e o percurso
Pra em lugar nenhum se alcançar...