Me largo no
abandono da estrada
Ouvindo o
canto choroso dos pássaros noturnos
Com seus
pios piedosos e soletrantes.
Acho que
calculei mal os passos
Tendo torcido
o pé ao pisar em um buraco
Buraco oculto
sob uma rama de erva daninha...
Me largo no
abandono dessa rocha
Onde me
sento pra contemplar o ocaso
Que por
acaso ainda é o amanhecer
Mas já não tenho
argumentos para pedir ajuda
E por essa
trilha são poucos os caminhantes.
Quero apenas
sentar e esperar que as coisas se encaixem
Mas não
quero uma espera pacífica
Por pior que
seja
Quero ser
dono do meu próprio abandono
Sem enganos
Sem ilusões
Sem desejos
impossíveis
Apenas administrar
o abandono que corrói a alma
E as vezes
até tira o sono...
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