As teclas que aperto calmamente
registram letras no computador
que embora velho e obsoleto
conseguem transmitir a minha dor.
A dor fingida que poeta sente
paixão pelo que vê e não compreende
mas busca nas palavras o que entende
tentando esclarecer sua loucura.
Palavras vão ficando registradas
na tela branca, agora pontilhada
de imagens abstratas deste mundo
que faz da angústia formas de amor.
Entorpecido por esta lisura
reconhecidamente pessoal
buscando formas velhas porém puras
registro este poema informal.
Orgasmo é o que poeta sente
diante do que ninguém mais quer ver
nessa masturbação de caracteres
na busca indelével pelo prazer.
Se a vida me privar das mãos, dos dedos,
impossibilitando-me de escrever
ainda assim poetarei na alma
pois só assim conseguirei viver.