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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Em Frente a Construção


Quase me vejo num caso em que houve descaso
e muita confusão;
quase que a noite era dia, e o baile emergia
na multidão.
Um homem com sua marmita sentado na brita
em frente a construção;
comia com garfo entortado, um ovo estrelado,
arroz e feijão.
Olhava as mulheres na rua e gritava: “ta nua!”
e o garfo na mão.
E elas pra lá nem olhavam, um rumo marcavam
pelo calçadão;
mas no entanto, seus lábios sorriam, seus rostos diziam
que aquilo era bom;
mais adiante abriam a bolsa, espelho pegavam,
passavam batom.
O homem ali todo dia, almoçava e sorria
da vida passar;
fazia aquelas galhofas, comia farofa
sem se importar.
Subia mais tarde no andaime, gritava: “olha a massa,
quero rebocar”.
De tarde pegava sua tralha, e o pobre canalha
ia a esposa encontrar.
Um dia eu estava por perto, me fazendo de esperto
vigiei o mangão;
pensei que minha esposa passava, e logo de cara
lhe dei um carão;
olhou-me com os lábios sorrindo, o arroz escorrendo, disse:
não esquenta não
quando a minha esposa passava, gritou: essa moça
é desse bobão.
Minha esposa me viu ali parado, e com olhar transtornado
Seu rosto ferveu;
Gritou-me lá do outro lado: “mexendo com as outras?
cuida do que é seu.
Estava falando comigo, achando que o doido
dali era eu;
sai meio que disfarçado, querendo saber o que
aconteceu.
E o homem com sua marmita sentado na brita
em frente a construção;
Olhou a mulher lá na rua e gritou: “essa e a sua!”
não disfarça não!

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