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sábado, 16 de abril de 2011

A Vida Não é Para os Covardes...

Hoje acordei precisando fazer uma limpeza em meu quintal. Sinceramente, trabalho a mais de 20 anos na mesma empresa pública para ter estabilidade e não precisar fazer certas coisas. Sei que isso é ridículo e pretencioso, mas não me importo... sou assim. Peguei um aparelho de aparar grama, e fui à luta. 

Eu estava bem calmo, e não me aborreci com o fato de que a cada 30 segundos precisava interromper o serviço a fim de puxar mais um pedaço do fio que corta o mato. Não considerei também, o fato do aparelho ser feito para aparar grama, e não para cortar mato. Aquisição errada, pois tinha que ter comprado uma roçadeira. Não importa...

Enquanto começava o trabalho pensei que aquele aparelho (embora estando em função desviada), deveria me propiciar o conforto de roçar todo o fundo do quintal com um único pedaço de fio. De repente, como se fosse uma visão dantesca, me vi com uma enxada na mão capinando todo aquele mato (Cê besta!). Imediatamente, achei que o meu aparelho com função desviada estava excelente.
Mil pessoas e duas mil situações vieram a minha cabeça, enquanto executava o serviço. Percebi o quanto somos covardes e mal agradecidos. Mas porque digo covardes? Bom... estamos sempre insatisfeitos com o que temos, e desejando ter mais... seja bens materiais, espirituais, emocionais e/ou intelectuais. Pedimos bênçãos a Deus, quando não sabemos sequer explorar todos os potenciais das bênçãos que já recebemos. Compramos um carro novo, e antes mesmo de conhecermos todos os recursos do carro, já estamos de olho em outro; quando temos um amigo, ou amiga, que é muito bacana conosco, chegamos a pensar que ele, ou ela, está interessado em alguma coisa... o mesmo acontece com qualquer ajuda que recebemos por ai.
O fato é que estamos sempre tentando conseguir algo diferente do que temos, quando, muitas vezes, o que temos é tão completo que jamais utilizaremos todos os recursos que possui. Estou me referindo não somente a bens materiais, mas também as questões espirituais, afetivas e intelectuais. E o covarde, onde se encaixa? Vocês devem estar se perguntando... covardes sim é o que somos, por não assumirmos o que temos.
Como assim? É muita responsabilidade explorar o que já temos, e assumir publicamente que não precisamos de muitas coisas diferentes. Mas o mundo imputa cada vez mais a necessidade de Ter. Sou escritor, e parece que o fato de usar esse meu talento para enviar mensagens pela internet, gratuitamente, é um desperdício de potencial econômico... percebem?
Tudo bem que devemos ter uma visão que nos eleve, pois, caso contrário, corremos o risco de ser expurgados da sociedade. Igual dizia a uma amiga ontem: um mendigo é um ser com fome, mas sem atitude para conquistar a própria comida. Parece trivial, mas é outro lado da covardia, porque se ele tivesse atitude, não padeceria de fome, no entanto, não precisaria conquistar mais do que a comida para ser feliz.
Na maioria das vezes estamos tão ocupados com a necessidade de conquistar (coisas que nem sabemos se queremos ou para que serve), que não desfrutamos e nem percebemos as coisas maravilhosas que estão acontecendo conosco. Há, então, um desperdício imensurável de energias boas, que se dissipam para o nada, enquanto reclamamos da falta de sorte.
O pior de tudo é o tempo...
Enquanto nos concentramos no que queríamos ser e ter, ele está passando. E o tempo, meu amigo, é implacável. É o único suprimento que necessitamos todos os dias, mas que não há em estoque para reposição.

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