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segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Rosa e o Caos...

Sei por que hoje não resisto ao caos que revoluciona minha alma sentida. Enquanto as nuvens correm pelo céu que estivera azul, a chuva desmorona minhas paredes de concreto, ancoradouras dos sentimentos sóbrios e avassaladores capazes de dizer quem eu era. Como o muro de Berlim que jaz nas memórias mais históricas do mundo, meus muros, agora arriados, não dirão mais nada sobre esse que um dia se considerou uma fortaleza. Bastou apenas que uma rosa branca e de pétalas suaves reluzisse a luz da lua sobre a luz do sol, transformando a necessidade de um eclipse numa coisa obsoleta. Bastou que sua voz gemesse nos cantos escondidos das rochas, e o som da mesma voz penetrasse nas pequenas ranhuras que o tempo fizera nas paredes de concreto para se formarem nuvens. Bastou apenas que os muros ouvissem a melodia suave daquela voz, e se rendessem amolecendo sua estrutura rochosa para transformar-se em areia ao toque do primeiro pingo de chuva. E o ósculo de madeira nas muralhas de concreto de nada valeu. Nem mesmo o aço seria capaz de suportar a sutileza e a doçura do canto da flor branca a resvalar pelas suas arestas e suas quinas. O tempo fechou... mas ainda houve resistência. Não dos muros, não das rochas, não do concreto... a resistência que se viu foi da rosa branca que não calou seu canto, e não parou de reluzir sobre o brilho da lua refletida sobre o sol. A resistência da rosa branca que pareceu estar imbuída de enviar um vento para soprar todo o pó cinzento em que se transformou o muro de concreto. A rosa branca que ainda canta seu canto belo e lança seu perfume suave, cujo olor entorpece essa alma desprotegida que padece sem suas muralhas.

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