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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

TALVEZ... UMA OVERDOSE DE AMOR

Talvez se o vento não soprasse tão forte
Com a chegada do outono quando as folhas
Começam a cair.
Se o vento não tivesse tornado frio
Arrasando centenas de lugares que eram felizes
Talvez se a chuva não inundasse os campos
Onde se cultivam os grãos que alimentam o mundo
Se a chuva não entornasse os rios
Arrastando choros, pesares e lamentos.
Talvez se o sol não queimasse a pele
Dourando o corpo da garota de Ipanema
E secando o chão árido de moradias
Onde centenas de pessoas morrem de frio
Talvez se pudéssemos morrer de overdose de amor
Daquelas fulminantes
Que não da tempo sequer de dizer adeus
Mas alucina os últimos momentos do alguém
Me serviria do licor venenoso da vida
Para comemorar as coisas que ainda não pude ver
Arrastado pelo vento implacável,
Que talvez me entornasse nas águas lamentosas
Do bem querer,
E
Finalmente,
Poderia pedir uma injeção que me provocasse
A overdose do amor
Que queimaria o meu peito em convulsões abrasadoras
Me deleitando do dourado
Cobertura de chocolate
De uma garota de ipanema...

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