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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Propriedade Imprópria

Outro dia me vi conceitualizando algumas impropriedades da vida, através da emoção. Assustei-me, abri as janelas, afastei as cortinas e não gostei nem um pouco do que vi. Um velho ex-funcionário meu, que de longe poderia ganhar o que ganho, andando num carro duas vezes (ou mais) mais caro que o meu. Problema nenhum, caso o indivíduo não tivesse diversas histórias de roubo, tendo sido a primeira e grave das que conheço no estabelecimento que eu gerenciava na ocasião.
A história é longa e nem vale tanto a pena ser contada. Sei que o larápio chorou, comoveu, foi remanejado, roubou novamente, acusou os outros, se fez de inocente, e não por acaso me lembrou da Câmara de Deputados, do Senado, e de outras tantas instituições públicas por aí. Diga-se de passagem, que o indivíduo trabalha mesmo é em uma prefeitura.
Soube que ele se rebelou recentemente, pediu demissão, (descobriu falcatruas do patrão – é o mais certo), chorou, chantageou e sabe-se lá a custa de que permaneceu. Disse a boca grande que está ganhando um ótimo salário agora. Esse e tantos por aí me fazem refletir e questionar tudo que aprendi na vida. Às vezes isso me dá um nó no intestino e me faz correr para o banheiro. Consigo, nessas horas, até me sentir um ser humano comum, normal, como tantos outros.
Nas outras horas me sinto desfocado, estrábico, tentando entender onde está à beleza disso tudo. Pesquisei, refleti e acho que estou perto de encontrar o fio da meada. Talvez seja o que podemos denominar de “a síndrome do bom ladrão”. (E entre parênteses afirmo que se questionado, um desses caras-de-pau é capaz de dizer que a coisa é bíblica).
Acho que é assim que acontece... o sujeito diz: vou dar só uma roubadinha, pegar o que é da coletividade, “não têm dono”. Geralmente esses meliantes são simpaticíssimos, de conversas fáceis e grande habilidade vernacular. Outros têm boa aparência, ou cara de coitado. Pior quando mais de uma característica se mistura. Esses sim... tornam-se extremamente eficazes.
Ao roubarem aquilo que “a ninguém pertence”, acreditam (ou querem acreditar) que não estão espoliando ninguém. Mas tudo nessa vida pertence a alguém. Para tudo existe um responsável. Nessas horas, não somente o patrimônio estará sendo despojado. Uma alma também será escafolada por alguma forma de injustiça que o larápio terá gerado.
Pior será o fato de que o meliante ao desfilar nas ruas com o fruto do roubo será denominado de esperto. Sempre entendi esperteza como algo de conotação positiva. Meu entendimento, na verdade, é que sempre sofreu de um estrabismo crônico. Trata-se da velha mania de se querer levar vantagem em tudo, que eu denominava estelionato. E o pior é que essa característica faz parte de muito mais pessoas do que eu possa imaginar.
Não me considero nenhum pouco correto. Conheço meus defeitos, e tento corrigi-los. O problema, francamente, é que nós, seres humanos, temos uma tendência que parece ulterina de querer valorizar aquilo que não presta...

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