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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Mote sobre a Vida

Hoje, surpreendentemente, recebi a notícia de que uma amiga que me era cara, faleceu, desapareceu, passou dessa para melhor, ou seja lá como quiserem que eu diga: morreu. Confesso que foi um choque. Seu esposo, um homem bem mais velho e com alguns problemas de saúde, sempre fora nosso motivo de apreensão. Pensávamos no que seria dela quando ele se fosse. Um casal com muitas afinidades era o que aparentava. Mas ela se foi primeiro, e nem foi por acidente. Ou pior, um aneurisma: acidente cerebral.
Lembrei-me imediatamente do último discurso de meu pai que talvez tenha sido a maior de suas lições. Nem sei ao certo se ele teve a intenção de me ensinar algo, ou se estava apenas desabafando. O fato é que ele deixou claro que aos oitenta anos, ele sentia como se tivesse vivido apenas alguns dias. Tentei argumentar em vão, pois nada o convencera de que vivera uma vida longa. Apenas repetia que o tempo passara muito rápido, e que o tempo de uma vida, não tinha qualquer significado temporal. Dizia com a voz carregada de sentimentos, como se adivinhasse que morreria daí dois meses.
Aquele foi um discurso traumático que me atormentou dias a fio, como se nele estivesse entremeada a receita da longevidade. E estava. Pouco depois eu vivia uma experiência de quase morte, e compreendia de forma mais clara, aquele discurso. Viver para mim, ou viver para os outros. Mas quem consegue internalizar essa grande lição? Viver o que querem que eu aprenda, ou viver o que a minha natureza pede desde que não prejudique os outros. Viver a consciência; mas a consciência é a minha consciência de fato? No meu caso, percebi que havia muito da consciência dos outros em mim... e tirei minhas conclusões:
A consciência é que destrói o homem, porque nela está o que nem sempre é a verdade dele, mas sim, a verdade que os fizeram crer que seja... por isso, penso nos motivos do momento que me levaram a fazer determinadas coisas que foram condenadas, depois os motivos que levaram a me condenar; jogo tudo dentro de um balde, misturo tudo, faço a minha avaliação pessoal e impessoal, penso no que aquilo me trouxe de bom, dou uns tapas na poeira, e em poucos dias nem me lembro mais da consciência...

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