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terça-feira, 21 de junho de 2011

Quando a Porta Não se Abre...


Foi quando percebi que você não havia aberto a porta;
Atendera-me apenas por uma fresta, sem me convidar para entrar...
O sol queimou minha pele,
À noite passei frio,
A chuva ensopou minhas vestes,
Até que o sol apareceu para secá-las.
Quando tentei ir embora, você segurou meu braço e me pediu pra ficar:
Mas a porta não se abriu.
Eu fiquei...
Fiquei
E dessa vez a chuva veio mais fria,
Os pingos eram como agulhas a perfurar a minha pele...
E o sol?
Quando o sol apareceu queimou-me a pele como fogo
Abrasador e implacável sobre a pele inanimada que jazia sob o tempo.
Com o olhar já inclinado
Virei-me suavemente para partir
Tentando usar gestos leves e imperceptíveis
Para não provocar-lhe o terror da solidão!
Mais uma vez você esticou o braço e me pediu para ficar.
O toque da sua mão fez meu corpo estremecer
Como se a porta apenas entreaberta
Não gerasse distância simbólica tão contundente...
Mas era como se eu fosse um mendigo
Alguém que precisasse implorar um gesto, umas palavras, uma presença...
Como se minha vida nada atraísse, além da piedade...
Como se houvesse apenas uma porta!
Então dessa vez sai,
Enquanto me afastava suavemente
Sua mão deslizava pelo meu braço, num apelo frouxo para que eu ficasse,
Até que nossos dedos se encostaram;
Suas pontas
Não tão sensíveis ao toque, por saberem que seria o último!
Não mais ficaria diante daquela porta
Olhando-te apenas pela fresta...
Moribundo...
Mendigo, talvez,
Culpado por minha própria insolência de não me amar tanto assim...
Comecei a caminhar...
Dessa vez sem olhar para as portas
Que mesmo que estiverem abertas
Não serão convites para eu entrar...!

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