Perco-me nos
vãos da vida
Nos vãos dos
pensamentos e das palavras
Perco-me nos
desejos
Que de tão
contidos
Derramam-se
copiosamente pelos descaminhos
Dos sonhos e
das visões
Que o
coração jamais alcança.
Amparo-me
nos umbrais da ilusão
Ou daquilo
que chamam de esperança
Onde obstruo
a porta de saída
Na tentativa
louca de não permitir
A vazão
daquilo que talvez eu nunca tenha...
Olho para o
horizonte alaranjado
Prenúncio de
que em breve o sol poderá se pôr
E que a
noite poderá ser negra e fria.
Olho para o
meu relógio
Que continuava
funcionando
E permitindo
que as horas passem
Enquanto que
sob ele
O pulsar de
meu pulso avisa
Que a vida
ainda pulsa
Sem impulsionar
o coração para que retenha as fendas
E restaure
os vãos
Por onde
vazam as certezas de que tudo
Poderá ser
um dia...
E que se não
for
Deixara marcas
profundas e visíveis
Dilacerando mais
um pouco de tudo
Que de tanto,
passou a ser pouco
Nessa vida
de agonia e prazer
Cheia de
fendas
Por onde
escorre tudo aquilo
Que podia
fazer de mim
De ti
De nós
O fulgor que
iluminaria
Até aquilo
que um dia
Chamaremos de
fim...
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