,porque os
rios são lágrimas
Que descem
pela face da terra
Lavando os
desamores que enrugam suas costas
Suas crostas
Seus sulcos,
Transformando
em pedra o seu interior...
São lágrimas
incessantes pelas perdas,
Essas perdas
diárias da vida,
Da natureza,
Da fauna, da
flora,
Da beleza...
É que os
rios regam a face da terra
Que traída
sempre se dá
E recebe
enxadadas, machadadas,
E o fogo que
devia arder de paixão
Arde queimando
sua pele,
Seus pelos,
Sua tez
delicada e enverrugada,
Condenada pelas
mãos dos homens
Que não
sabem amar...
Entender...
Lutar...
Respeitar quem
tudo lhe dá!
E os rios
descem pelos sulcos
Da nossa
pele
Da nossa
face
Do nosso
rosto
Que como a
terra recebe marteladas,
Marretadas
E quando o
fogo queima por dentro
É sufocado
Abafado
Atrofiando as
coronárias que sutis
Infeliz
Tentam desistir
de abastecer o coração
Que como a terra
ainda teima em existir
Resistir
Suportar
A indiferença
da paixãO
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