Depois de sair do hospital, hoje pela manhã, entrei a esquerda para
tomar a rua que passa por trás do hospital e seguir até o centro de Caldas
Novas. Quem conhece Caldas Novas vai saber de que rua estou dizendo. Mas pra
que não haja dúvidas, vou fazer propaganda de uns comércios aqui dos quais vou
lá cobrar meus direitos...rs!!! Estou falando da Rua do Cidu’s Restaurante, e
da galeria Portal do Sol onde tem um prédio enorme sendo construído ao lado. É justamente
desse prédio que vou falar.
Estava passando diante do prédio, vagarosamente, com o vidro do meu
lado totalmente abaixado, deslizando pela rua e curtindo a manhã de sábado e a
agulhada que nem doeu, quando me deparo com a cena. Uma moça com roupa típica
de ginástica, calça cinza coladinha no corpo, uma blusa preta solta, daquelas
que caem deixando o ombro de fora, uns óculos de sol gigante (atualmente não
seria diferente), um chapeuzinho bem charmoso. No momento em que a vi, ela
estava iniciando sua passagem diante do prédio.
Diminui ainda mais a velocidade e fiquei observando pelo retrovisor,
enquanto a moça arrumava a blusa de forma que os dois ombros ficassem a mostra.
Caminhava num misto de pressa, vagareza e desfile, tornando o rebolado tão
sensual quanto ela conseguia produzir. Cabeça firme pra frente, como se não
tivesse noção de que estava passando diante de uma obra. Logo pensei:
Essa criatura bela amanheceu com a autoestima baixa... coitado de mim,
então, que amanheci no sábado indo tomar uma agulhada no braço...
Quis apreciar a cena imaginando longos silvos saindo dos andares
esqueléticos do prédio, e ovacionadas empolgantes com o grito:
Gosssstoooooooooooooooooooosa!!! E acredito que ela também esperava por isso...
mas o prédio manteve-se num silencio tão sepucral quanto a justificativa por
ele ser apenas um esqueleto, ainda...
Logo pensei:
A viadagem atingiu os pedreiros e serventes também? Até a pouco ainda
se ouvia dizer de mulheres que se levantavam e se arrumavam somente pra passar
diante das obras e ter sua autoestima erguida por assovios e gritos de
gossssssstooooooooooooosa... o que estará acontecendo então?
Logo repensei:
E se tivesse passando um marombado...será que a reação seria
diferente?
- Olha menina da calça cinza... se você, por ventura, ler minha
crônica, saiba que eu era aquele carro vermelho que estava passando na hora do
seu pré-suicidio, mas se você estiver lendo esse texto, é porque ainda está
viva e não tem porcaria melhor pra fazer... então, saiba que você estava linda,
embora completamente disfarçada sob tantos paramentos, o que te dá ainda mais
crédito.
E a moral da história é:
Autoestima hoje em dia, deve ser buscada diante de um espelho e o próprio
olhar crítico, pelo ponto de vista positivo do ser. Porque, sinceramente, nunca
se sabe diante de que gênero estará passando, no momento em que se busca um
elogio... e pra o seu final de semana não ficar tão incompleto e eu não morrer
de vergonha da minha classe (masculina)... nunca fiz isso na rua, mas levando
em consideração que o meu pai foi pedreiro e sempre honrou as calças... vai uma
representação da classe (desses profissionais) que ainda se honra:
FiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuuFiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!
Tenho dito.
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