Olhando
por um ângulo da vida, podemos imaginar que estamos em um ônibus. As vezes num
ônibus grande, as vezes num articulado ou biarticulado, por vezes numa van. Sempre, porém, num
transporte coletivo.
Como
todos os transportes coletivos, existem sempre passageiros dividindo o espaço
com a gente. E não é sempre que conhecemos quem está sentado ao nosso lado, ou
somente próximo de nós. A verdade é que conhecemos as pessoas muito pouco.
Viajar
em silêncio, pouquíssimas pessoas conseguem. Principalmente se a viagem não
tiver um fim previsto. Sempre queremos falar, compartilhar nossas opiniões,
ensinar alguma coisa para alguém (porque sempre acreditamos que precisamos
ensinar mais do que aprender).
Ao
compartilharmos a viagem com pessoas que imaginamos saber mais do que nós,
comumente consideramos a ideia de ouvir. Pior...temos a premissa de acreditar
nas coisas que ouvimos e nos parecem coerentes, sem filtrarmos com o crivo do
fundamento.
Outras
vezes, envolvemos de tal forma com os passageiros de determinados ônibus
(porque geralmente viajamos em mais de um ônibus), que os desabafos dos
companheiros acabam nos afetando, e tomamos aquilo como verdade até o momento
em que percebemos o que aquilo está nos causando.
Os
assuntos e desabafos podem ser diversos. Estou falando aqui daqueles assuntos
que se referem a estrada que estamos seguindo:
A estrada está
esburacada?
Oh sim, sempre haverá
buracos, às vezes mais e mais profundos, às vezes menos...
A estrada tem curvas?
É
óbvio que sim. Toda estrada, em algum momento, terá curvas. Às vezes mais
sinuosas, outras vezes menos...
A
questão é: entramos nos ônibus sem conhecer os motoristas; mas as empresas de
ônibus têm históricos e são elas que contratam os motoristas... por isso,
temos que acreditar que há habilitação profissional para a execução daquele
trabalho.
Na
vida não é diferente. Mas na vida temos a opção de escolher os motoristas que
nos guiarão por aquele trecho. Então, porque não acreditar que a viagem será
segura no que diz respeito ao percurso?
Muitas
pessoas começam a duvidar tanto dos motoristas que escolheram que decidem
descer do ônibus. E o desespero é tão grande que não esperam chegar numa parada
preestabelecida para descerem. Descem em qualquer lugar...
Ficar
ao sabor de quem passa na estrada é muito pior. Quando se desce nas paradas
oficiais, sempre haverá outro ônibus que parará ali, e a pessoa poderá escolher
em qual subirá. Mas ao ficar no meio da estrada, estará ao sabor de qualquer
aventureiro que passar e concordar em dar carona... e isso pode ser muito
perigoso!
Quando
você entrar nos ônibus da sua vida, consulte bem sobre o histórico do
motorista, para minimizar a chance de se arrepender. Entretanto, se vier a se
arrepender, desça na parada oficial para poder pegar outro ônibus.
O
equilíbrio, o conhecimento e a crença no que se faz, é determinante para o
sucesso individual. A vida não é um jogo de roleta russa...
Leia também: ACREDITAR (sob o ponto de vista do motorista)
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