E o sol nasce todos os dias
Iluminando a natureza
Com seu brilho encandecente
Sem pudor.
Não tem vergonha do seu poder
Orgulha-se por ser astro rei
E por emprestar o seu brilho
À lua.
Mas as ostras sub aquáticas
Egoísticamente escondem suas pérolas
Vez ou outra mostrando uma
Quando estuprada por mãos humanas.
E o mar é dois terços da terra
E não se envergonha por sê-lo
Pois fornece o sal da vida
Que tempera a natureza.
E o brilho do sol e da lua
Reluzem no mar romanticamente
Em horários diferentes
Numa ansiedade eterna.
E as ostras egoístas
Trancam suas bocas-corpos
Recusando sem pudor
A riqueza dos oceanos.
E o amor luzidio do sol
E o brilho romântico da lua
Não podem atingir a pérola
Riqueza egoísta das ostras.
Elas têm e querem dar,
É um cisto no seu âmago,
Mas o orgulho é maior
Neutralizando a verdade.
E do brilho do sol e da lua
Todos podem usufruir
Mas a pérola das ostras
Só umas poucas possuem.
Recusam dar o que incomoda
Mas que é rico e raro
Pois só umas poucas possuem
E às vezes morrem com elas.
Se soubessem o seu valor
Talvez não fossem egoístas
Privando-as de sua própria
Felicidade.
Porque um cisto valoroso
Quando compartilhado
Alivia as tensões
Faz a vida mais completa
Distribui a harmonia
Recompõe a vaidade
Liberta das inverdades
Ensina o que é prazer
Expurga toda angústia
Recupera a beleza
E o sentido de viver.
Pois a pérola é o amor
E nós somos duas ostras.
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