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segunda-feira, 2 de maio de 2011

As Margens do Precipício...

A vida é um caminhar constante a beira de um precipício. A maioria de nós não olha para os lados, temendo ver a grandeza do buraco que aguarda nosso escorregão. Enormes samambaias descem glamorosas pelos barrancos, formando cordas naturais e frágeis para nos dar uma pequena chance de salvação. Aprendemos a arte de equilibrar, naqueles momentos em que apenas uma faixa estreita de terra nos separa do canyon. Em certos trechos, encontramos árvores frondosas que com enormes raízes dão solidez ao barranco. Nesses trechos a passagem se torna bem difícil, mas a maioria de nós consegue suportar.
Lesmas gigantes soltam suas gosmas para tentar nos fazer escorregar. Sorriem para nós quando passamos como se fossem nossas grandes amigas. Jaguatiricas miam feito gatinhos carentes, nos esperando passar a mão sobre elas e, então, poder desferir o golpe traiçoeiro de onça faminta. E as cobras? Seus olhos vidrados nos olham destemidas, ansiosas por nosso escorregão para nos fincarem suas pressas pontiagudas.
Às vezes o sol se esconde por traz da densa folhagem das árvores, impedindo qualquer claridade que ilumine, mesmo que tenuemente, nossa trilha. Desejamos acender a lanterna, mas esse apetrecho é fornecido a poucos caminhantes. É nesse momento que as coisas se complicam. Muitos de nós decidem esconder-se no mato, mesmo quando esse não oferece a menor segurança. Mas é ali do mato, quietinhos, que poderemos ver aqueles que receberam a lanterna e assim tentar rouba-las.
Nas lutas, que são uma constante, por vezes o dono da lanterna é arremessado ao precipício. Nem sempre isso acontece propositadamente, pois a maioria das pessoas tem a noção de que a lanterna cairá junto. Em casos raros, quando a lanterna é tirada de seu dono, a mesma se apaga. Por mais que o ladrão tente acendê-la, vai descobrir mais cedo ou mais tarde que a luz da lanterna só acende com a energia do corpo de quem originalmente a recebe.
Mas depois de roubada, são tão grandes a sequelas de quem as perdem que, dificilmente, mesmo que recuperada, conseguirá acende-la novamente com a mesma intensidade...

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