Eu posso parecer exagerado
Manifestando essa aparente insensatez
Mas se um dia você foi assim ferido(a),
Compreendera que é apenas altivez...
Sem a arrogância de um ser irresponsável
Reivindicando apenas o que lhe compete
Na imputação de uma vida condenável
Que provações as nossas vidas nos confere;
Pois, recebemos hora ou outra uma sentença
Talvez maior ou mais intensa que as nossas forças
Capazes de nos reprovar com dor intensa
Capazes de nos exaurir em desamores...
Se for tomado então inesperadamente
Por provação da qual não tenha algum domínio
E pela dor que atinge assim, tão implacavelmente,
Resolvo, então, gritar pra vida fortemente,
Pra que decida alterar o meu caminho:
Se a vida sem surpresas e armadilhas
Com lamina, afiada, em fio de aço
Cortasse minha carne em fatias
Enchesse minhas mãos e pés de calos;
Arrancasse as minhas unhas sem anestesia
Quem sabe se os meus olhos apimentasse
Silenciasse de meu peito a covardia
Num mar salgado e torpe me afogasse:
Mas,
Exonerasse essa crueldade que me aflige
E que provoca essa dor exacerbada
Que rouba o ar asfixiando minha alma
Que rouba a vida a transformando em nada
Por não te ver
Por não poder ter seu carinho...
Mesmo sabendo que você gosta de mim;
Por não te amar
No corpo a corpo, os dois sozinhos...
Quando queremos nos amar até o fim!
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