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sexta-feira, 18 de março de 2011

O dia que eu Morri...


De certa forma eu poderia estar errando naquele momento. Mas não importava... a luz que reluzia de seus olhos me ofuscava a sensatez, atirando-me num poço de desejos ocultos dos quais eu nem tinha consciência sobre existência dos mesmos em mim. Era manhã, e o sol espelhava seu brilho quente sobre a água límpida. Nada, porém, era mais puro que aquele brilho no seu olhar maduro, consciente, que parecia me possuir o peito ardente que me desamparava diante de ti. Sou o macho, pensei nesciamente. Tenho que dominá-la e mostrar-me firme nesse momento... tenho que manter a frieza típica do meu gênero... não posso ceder... não vou ceder... sou forte... sou macho!
Cai ali mesmo como um rinoceronte abatido por uma simples e fina flecha de um nativo. Cai como um rinoceronte feroz que se deixa abater involuntariamente, por efeito do veneno mortal daquela flecha aparentemente ineficaz ante tanta massa e couraça. Cai diante do astro rei, o sol, que brilhou intensamente sobre mim, mas não conseguiu queimar a minha pele mais do que o seu olhar queimava o meu coração. Mas foi tão rápida e efêmera sua passagem... como uma brisa num dia quente de verão.
E ficou vazio... tão oco como aquele rinoceronte atingido pela flecha ao cair e sentir suas pupilas dilatarem, enquanto o veneno embrenhava-se na sua corrente sangüínea e ele compreendia que não teria mais tempo. Então me perguntei... por que a flecha acertou em mim? Teria sido eu apenas vítima de um predador sagaz, ou talvez um caçador desportista, tão metódico quanto aquele que abateu o rinoceronte?

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