O tempo é o maior pedófilo que já conheci;
Não poupa as crianças que morrem velhas por sua ação.
Ainda que inocentes, apesar dos anos se passarem,
Das pálpebras caírem;
Das rugas se afundarem;
Das orelhas crescerem;
Dos lábios se murcharem;
Dos cabelos branquearem.
Apesar de acreditarmos no amadurecimento da mente,
Percebemos que somente a carne amadurece,
Amolece, se desfaz, pois apodrece.
Na mente somos crianças eternas,
Brincando de ser gente grande nesse universo viril.
Somos apenas crianças traquinas que não conhecem sequer
O chão que as alimenta;
A água que as sacia;
O ar que as dá vida;
As flores que dão beleza;
E a natureza, esses presente poético da vida.
O tempo com seus ardis nunca nos poupa.
Esse sempre jovem e abstrato tempo,
Que aparece somente pela deterioração das coisas...
Esse pedófilo que nos devora ainda crianças envelhecidas!
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